Do Verão em Mykonos ao Inverno nos Alpes em St. Moritz. Dica Spice Up by Tadashi Shiraishi

Acho que a primeira reação de muitas pessoas quando ficam sabendo da minha rotina é de espanto. De fato, morar em Mykonos no verão e nos Alpes no inverno não é uma vida muito comum. E nem fácil. Mas tampouco chega a ser um sacrifício. Quando se ama aquilo que faz, tudo é diferente. Inclusive, as oportunidades que aparecem.

Morar em Mykonos é intenso e visitar também é! 

A ilha em si, é pequena. É possível optar pelos ônibus que circulam por grande parte das praias ou alugar algum tipo de transporte para se ter mais liberdade e conforto. Não conte com os taxistas. Que além de serem pouquíssimos, são mal educados e pouco preparados.

Turistar pelo centro de Mykonos, não é um dos meus passeios favoritos a não ser para comer no Sakis, o melhor churrasco grego na ilha. Porém, existem locais muito bacanas como Little Venice.

Um café com vista para o mar em Little Venice, por exemplo, pede uma visita até o Scarpa. Para mim, o melhor café, sucos naturais e cocktails na região.  Cappuccino e Espresso em versão Freddo são bebidas obrigatórias na ilha. 

Um ótimo italiano, o Casa di Giorgio parece um jardim de inverno escondido pelas infinitas paredes brancas dos arredores. Menu bastante variado e no caso de algumas massas, opção por fresca ou seca. (Eles não perguntam, portanto tome a frente, pergunte sobre a disponibilidade e faça a sua escolha). Uma vez lá, vale a pena procurar pelo Andrea, um grande amigo e apaixonado pelo Brasil. 

Para quem gosta de filmes, saiba que em Mykonos foi filmada a última cena de “A identidade Bourne” no bar Caprice, logo abaixo dos moinhos. Outro local muito frequentado.

Um dos bares que gosto também, é o Kastro. Escondido, tem uma vista linda, menu variado e um ambiente bastante cosi.

E falando nos moinhos, o pôr do sol mais espetacular da ilha pode ser visto dalí. Vale a pena se sentar e apreciar a vista. Inesquecível!

Em Mykonos gosto muito dos locais mais tranquilos e de difícil acesso. Por exemplo, Agios Sostis é uma praia afastada onde o acesso se dá apenas de carro ou moto. Essa praia abriga o melhor restaurante em Mykonos, na minha opinião. O Kiki’s é uma taverna escondida em uma das baías desta praia. Comida impecável e uma vista surreal, fizeram a sua fama e agora, chegar com antecedência é algo imprescindível (eles abrem por volta das 12:45 e não fazem reservas. Tudo por ordem de chegada).

Outras praias que me agradam são: Ornos, Agios loannis, Paraga, Kapari e algumas praias de difícil acesso em Panormos onde só se chega por meio de trilhas.

Vale a pena visitar Delos uma vez que estiver em Mykonos também. Ponto turístico famoso pelas ruínas e que custa pouco tempo e investimento.

Lembrando que de Mykonos, você pode visitar Santorini uma vez que os portos estão conectados por rotas marítimas. Santorini é outro lugar que vale um post exclusivo.

Os hotéis em Mykonos, variam muito. Desde estilo e claro, preço. Eu gosto muito do ambiente do Belvedere onde fica o Nobu Matsuhisa, mas sei que o Santa Marina e o Kivotos, por exemplo, são espetaculares também.

Cavo Tagoo é outro muito conhecido e tem uma das piscinas mais bonitas da ilha.

Mas para alguém que vem a Mykonos com um budget mais compacto, me surpreende o Alexandra Pension em Tourlos, perto do New Port. Diárias de 50 euros, oferecem pequenos quartos com ar condionado, frigo bar, uma pequena tv e wi-fi. Super disputado e muito bem falado em blogs e sites especializados.

“TOP OF THE WORLD”

E quando o verão acaba? Chega a vez da Suíça. No pequeno vilarejo de St. Moritz, onde o sol brilha cerca de 300 dias ao ano.

St. Moritz é, sem sombra de dúvidas, o lugar no mundo onde o posh atinge níveis inimagináveis. 

Recheada de Hotéis históricos, como Kulm, Carlton, Waldhaus, Kempinski e outros. Todos, palácios com suítes que parecem ter saído de contos de fadas. 

Lá, o Nobu é abrigado pelo melhor hotel histórico da Suíça, o Badrutt’s Palace, onde as diárias partem dos 1.000 euros e chegam a inacreditáveis 25.000. É considerado também, um dos Nobu mais caros do mundo. 

E quando se fala em caro, o luxo está presente em tudo. Boutiques de marcas como Chanel, Louis Vuitton, Gucci, Zegna, Ferragamo, Prada, Moncler, Miu Miu, Cartier e muitas outras fazem parte do cenário.

Chocolates? Sim! A Läderach possui uma loja impecável com uma seleçãos dos melhores tipos de cacao do mundo! 

Diversas montanhas e níveis de dificuldade variados são um grande atrativo para os fãs de esportes na neve. Todas de fácil acesso através de trens e ônibus. As mais conhecidas são Corvilha, Corvatsch e Diavolezza. Cidades vizinhas como Celerina, escondem tesouros como spas de águas termais e saunas que valem a pena visitar. 

E que tal curtir uma partida de polo na neve em uma arena montada sobre o lago congelado entre os times da Cartier e Ralph Lauren? Ou uma corrida de cavalos também sobre o lago? Ainda sobre o lago, um dos mais espetaculares entardeceres que já vi.

Amantes de queijo e vinhos, podem visitar adegas onde é possível encontrar raros rótulos como, por exemplo, um Mouton Rothschild de 1945 que beira a casa dos 50.000 Euros.

E falando em comida, o ponto alto do inverno, é o Gourmet Festival. Esse evento é uma grande festa realizada em conjunto com todos os grandes hotéis e seus Chefs. Que por sua vez, convidam renomados Chefs do mundo todo para uma semana inteira de eventos gastronômicos recheada de estrelas Michelin. O ponto alto é a tradicional Kitchen Party que acontece dentro da cozinha do Badrutt’s Palace juntamente com todos os hotéis e seus convidados. Uma chance única de poder experimentar receitas exclusivamente criadas para a ocasião.

Aproveite também, os passeios de trem nas cabines panorâmicas e conheça cidades dos arredores como Chur.

By Tadashi Shiraishi.

Cozinho profissionalmente desde os 17 anos. Me especializei exclusivamente em cozinha japonesa clássica em restaurantes do gênero no Brasil e no Japão e, desde 2012, trabalho para o mundialmente conhecido Chef Nobu Matsuhisa nos seus restaurantes em Mykonos e St. Moritz. Não cursei nenhuma faculdade de gastronomia porque não acredito que elas forjem profissionais capacitados. E em 11 anos de carreira, a minha opinião é a mesma. 
Quando não estou cozinhando, estudando, comendo e viajando, meu tempo é investido em outra paixão, a fotografia.