Medellín, a cidade da eterna primavera – by Suzy Scarton

Nosso mochilão pela Colômbia começou e terminou em Cartagena. Saímos de Porto Alegre no dia 8 de julho e pegamos o voo para Cartagena no dia 9. Depois de Cartagena, fomos a San Andres, Bogotá, Medellín e Santa Marta. Queríamos aproveitar o máximo das férias sem gastar muito, então ficamos sempre em hostel e evitando gastos assombrosos com comida. Vou compartilhar com vocês a minha experiência em Medellín.

Lá, ficamos (meu namorado e eu) três noites. A temperatura é ótima, mas como tenho bastante frio, sempre andava com um casaquinho. Em geral, os colombianos não são muito prestativos, mas é preciso sorte. Fomos auxiliados por alguns muito atenciosos e outros bastante grosseiros, então, não há regra. No entanto, é sempre bom saber que os colombianos sempre saberão quem são os turistas e farão de tudo para passar a perna. Preste atenção em combinações sobre preços e horários, pois eles realmente esperam conseguir lucrar em cima dos viajantes!

Crédito foto: https://www.theguardian.com/travel/2015/sep/19/medellin-colombia-city-not-dangerous-but-lively
Crédito foto: https://www.theguardian.com/travel/2015/sep/19/medellin-colombia-city-not-dangerous-but-lively

Para chegarmos a Medellín, a cidade da eterna primavera, como chamam os colombianos, pegamos um avião partindo de Bogotá. Existe a opção de fazer o mesmo trajeto de ônibus, mas como teríamos pouco tempo na cidade, optamos pelo mais caro e mais rápido. Nossa passagem foi comprada com antecedência pela companhia VivaColombia, uma companhia low cost de passagens aéreas. O preço foi justo (cerca de 250 mil pesos colombianos para cada um) e o voo foi bem tranquilo, sem luxo, mas adequado.

Ao chegarmos no aeroporto, tivemos de nos locomover, de fato, até o centro de Medellín. O aeroporto fica em outra cidade, Rionegro (a cidade onde nasceu Pablo Escobar) e leva mais ou menos uma hora para chegar a Medellín. Também havia mais de uma opção: táxi, táxi coletivo e ônibus. A opção mais barata era o ônibus, por isso, fomos com ele. Ele nos deixou em uma região central, na Plaza Botero, mas ainda longe do nosso hostel. Dessa vez, pegamos um táxi mesmo e fomos até lá. É econômico andar de táxi, pois os preços são bem bacanas, mas é importante aprender a negociar com os colombianos e não deixar que eles passem a perna, pois muitos não usam o taxímetro e propõem um preço fixo, que podem ser abusivos.

Nosso hostel ficava no Poblado, um bairro bem legal, cheio de bares e restaurantes. Pertinho da Plaza Poblado, existe o Parque Lleras, e é lá que todo mundo se encontra à noite. Os preços são variáveis, dá para comer e beber gastando pouco, mas também há lugares mais chiques. Fomos passear lá todas as noites. Como era perto, íamos caminhando e depois só pegávamos um táxi para voltar (cerca de seis mil pesos colombianos).

Chegamos a Medellín quando já estava escurecendo, então, nosso primeiro dia ficou restrito ao Poblado. Passeamos e fomos beber, mas logo voltamos para o hostel e ficamos descansando. No dia seguinte, fizemos um city tour com o Turibus, aquele ônibus turístico cujo passe vale para o dia todo. Foi 35 mil pesos para cada um e vimos praticamente toda a cidade. Começamos pela Plaza Botero, onde existem obras ao ar livre do escultor Fernando Botero, bem famoso e admirado no país. Quase toda a arte dele se baseia em retratar gordinhos, e achei um amorzinho! Em frente à praça, está o Museo de Antioquia, com mais obras de Botero.

Plaza Botero/ Crédito foto: divulgação Colombia.com
Plaza Botero/ Crédito foto: divulgação Colombia.com
Museo de Antioquia/ Crédito foto: divulgação Facebook Museo
Museo de Antioquia/ Crédito foto: divulgação Facebook Museo
Museo de Antioquia/ Crédito foto: divulgação Facebook Museo
Museo de Antioquia/ Crédito foto: divulgação Facebook Museo

Nossa próxima parada foi a Plaza de los Deseos. Lá, é possível visitar o Jardim Botânico de Medellín e Parque Explora, além das próprias atrações do local, todas com fins culturais.

Parque de Los Deseos/ Crédito foto: http://www.viztaz.com.co/gantigua/picture.php?/20978/category/54
Parque de Los Deseos/ Crédito foto: http://www.viztaz.com.co/gantigua/picture.php?/20978/category/54

Depois seguimos a Estación Estadio del Metro. É um parque com um ginásio onde as pessoas podem fazer atividades físicas. Também é lá que fica o estádio do Atlético Nacional de Medellín, que ganhou a Copa Libertadores da América neste ano. Meu namorado quis tentar entrar, mas não havia ninguém lá, talvez por ser domingo, e acabamos desistindo. Desta vez, decidimos abandonar o ônibus para entrar na estação e fazer o passeio de Metrocable, o teleférico deles. Eles possuem uma linha turística, que vai até o Parque Arví, um lugar lindíssimo, com muita natureza, e também uma linha normal, que leva às pessoas até as estações que ficam no alto. O passeio vale muito a pena, não é tão rápido e oferece uma vista maravilhosa da cidade, inclusive da parte pobre, que lembra bastante nossas favelas do Rio de Janeiro.

Rum ao Parque Arví
Rumo ao Parque Arví
Vista da cidade pelo Metrocable

Descemos ao fim da linha social e fomos adiante pela linha turística, até chegar ao Parque Arví. Almoçamos lá e demos uma boa passeada pelo local, mas é bem grande e a pessoa pode ficar o dia todo lá, se desejar. Como ainda queríamos completar o tour, voltamos depois de mais ou menos uma hora e meia e descemos na estação equivalente à próxima parada do ônibus, o Parque de Los Pies Descalzos (tínhamos um mapa e, com ele, fomos nos orientando para tentar alcançar o ônibus). Esse parque tinha parecido fantástico pela internet, mas ao vivo, era apenas mais um parque. Como eu estava esperando muito, decepcionei-me um pouco e logo pegamos um táxi em direção à próxima parada do ônibus, o Cerro Nutibara. Esse lugar também oferece uma vista maravilhosa da cidade, embora não seja tão alto quanto o Metrocable.

Em todos os lugares, o comércio é forte e cheio de ambulantes tentando vender todo o tipo de coisa, então é importante aprender a driblá-los. Lá também tem o Pueblito Paisa, que é uma espécie de réplica de um povoado que existiu em Medellín. É bem bonitinho e um lugar legal para passar o final da tarde. O Nutibara era a penúltima parada. Voltamos para o ônibus e ele nos levou até o Centro Comercial Santafé, que é basicamente um shopping gigantesco. Decidimos continuar no ônibus e descer na última parada, o Parque del Poblado, onde pegamos o ônibus no início do dia. Já estava anoitecendo, então caminhamos um pouco por ali e fomos ao hostel descansar um pouco para, mais tarde, voltar ao Parque Lleras para curtir a noite.

Dani e Suzy no Pueblito Pasa
Dani e Suzy no Pueblito Pasa

Não ficamos até tarde pois acordaríamos cedo no dia seguinte para o passeio que mais esperávamos, o tour Pablo Escobar. Medellín oferece vários tipos de tour, mas nos interessamos por esse pois havia um diferencial: era o único tour que nos levaria até uma das casas usadas como esconderijo por Escobar, e lá, encontraríamos o irmão dele, Don Roberto, ainda vivo. A van nos buscou às 9h no Parque Lleras e de lá, fomos direto ao cemitério onde Pablo Escobar está enterrado com a família. Ficamos lá uns 40 minutos e fomos até o edifício Dallas, um dos lugares onde Escobar concentrava todo o trabalho que fazia. Por último, fomos à Casa Museo, onde estavam expostos os carros, o jet ski e a moto de Escobar.

Casa Museo Pablo Escobar
Casa Museo Pablo Escobar
Carros que pertenceram a Pablo Escobar
Carros que pertenceram a Pablo Escobar
Túmulo de Pablo Escobar
Túmulo de Pablo Escobar

Também pudemos ver duas caletas, os famosos esconderijos, e trocar uma ideia com Don Roberto. Essa parte não foi tão empolgante como pareceu que seria – pensávamos que ele nos contaria um pouco daquela época, mas ele se limitou a nos agradecer pela visita e a nos contar o que faria com o dinheiro do ingresso. A entrada custou 90 mil pesos para cada um de nós e, de acordo com os organizadores do passeio, todo o dinheiro é revertido em ajuda a moradores de rua.

O resto do dia foi um pouco mais light. Já estávamos ansiosos para o voo para Santa Marta, no dia seguinte, e fomos almoçar no Centro Comercial Santa Fé. Ficamos um tempo lá, sem muita pressa, e depois fomos passear no Museo El Castillo. A maioria das atrações que ainda poderíamos ver eram pagas e estávamos evitando gastos, então, optamos por esse local, que era perto do Santa Fé e não era muito caro. O castelo foi construído recentemente, então não tem tanto valor histórico como estamos acostumados a ver nesse tipo de lugar, mas é extremamente bonito e o jardim é maravilhoso. Quando cansamos de ficar por lá, voltamos para o hostel, dessa vez caminhando, e mais tarde, voltamos ao Poblado para uma última cervejinha antes de dormirmos. No dia seguinte, voltamos à Plaza Botero, pegamos o ônibus para o aeroporto e partimos para Santa Marta.

Museo El Castillo
Museo El Castillo

13875009_1007812195983663_760903486_nby Suzy Scarton

Suzy é jornalista formada pela PUCRS, estuda Letras na UFRGS e tem 26 anos. Viajou com o namorado por 15 dias pela Colômbia para curtir as férias.

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