Impressões sobre um paraíso chamado Sardenha – by Nicole Franzoi

É clichê, mas não encontrei uma melhor expressão para começar senão – ahhh, a Sardenha. Imagine o mar – ora cor de esmeralda, ora de um azul intenso– combinado a uma natureza rústica, montanhosa, quase agressiva. Tudo aliado à alta gastronomia italiana. Impossível não se derreter de amor e querer voltar e voltar.

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Situada ao centro do mar Mediterrâneo e pertencente à Itália, a ilha é a segunda maior em extensão, perdendo apenas para a vizinha ao leste, Sicília. Por esse motivo, conhecer profundamente a Sardenha torna-se um desafio. Há opções a serem escolhidas: permanecer tempo suficiente para usufruir de norte a sul; focar apenas na famosa Costa Esmeralda, ao norte; ou dividir o tempo da estadia em duas ou três bases.

Crédito foto: google maps
Crédito foto: google maps

Recomendo planejar a viagem escolhendo mais de uma base. Se o tempo de estadia na Sardenha for reduzido, a preferência deve ser por se hospedar na região da Costa Esmeralda, cartão postal da ilha e, de fato, deslumbrante. A minha escolha, para um total de nove dias, foram duas bases: permanecer três dias na Praia do Poetto, ao sul, e os seis seguintes na Costa Esmeralda, já que lá estão situadas as mais belas praias, complexos de pequenas ilhas como La Maddalena e a ilha de Córsega, pertencente à França, colada ao sul da Sardenha.

Spiaggia del Poetto
Spiaggia del Poetto
Pôr do sol na Praia do Poetto
Pôr do sol na Praia do Poetto
Isola Santa Maria, La Maddalena
Isola Santa Maria, La Maddalena
La Maddalena
La Maddalena

Tínhamos um único objetivo em mente: comemorar o aniversário da Dona Nadia, minha mãe, em algum lugar que pudéssemos viver o mar e descobrir novos cenários de tirar o fôlego. Depois de algumas pesquisas no mapa, uma amiga que sabia da nossa intenção, e da nossa ligação intensa com a Itália, me sugeriu a Sardenha. A partir do momento que passamos a conhecer virtualmente e a ler sobre a ilha, não restavam mais dúvidas, era o lugar perfeito para nossos planos, além de coincidir com o início do alto verão europeu, no final de junho.

Dona Nadia na Spiaggia La Celvia
Dona Nadia na Spiaggia La Celvia

A longa costa sarda se mistura a colinas e extensas áreas montanhosas. Em algumas montanhas, estão cravadas estradas rústicas (algumas que dão frio na barriga devido à altura) que levam a praias paradisíacas. Por isso, dirigir por lá requer, em alguns trechos, coragem. Na Sardenha, a força da natureza é completa, sentida na harmonia das cores do céu, das flores e da imensidão do mar abraçando suas formações rochosas. A temperatura é alta, a areia escaldante, e ter um guarda-sol à mão é fundamental. A maior parte das praias é intocada, sem comércio ou grandes estruturas para alimentação. Por isso, é importante levar o necessário se a escolha for passar o dia na praia. 

A temporada de verão sarda abre a partir de abril e segue até o início de outubro. Fora desse período, apenas as grandes cidades funcionam. No inverno, os hotéis fecham e o acesso à costa se torna difícil devido ao tempo, a passagem pelas estradas, então, torna-se perigosa.

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Os voos, se comprados do Brasil, normalmente são fretados, por isso custam um pouquinho acima da média. A Sardenha possui três aeroportos, localizados nas cidades mais importantes da ilha: Olbia, o maior deles, ao norte, que dá acesso rápido a Costa Esmeralda; Alghero, na costa oeste e Cagliari, ao sul. As saídas, no verão, partem com frequência das maiores cidades italianas. Nós saímos de Milão em direção à Olbia. Uma dica importante: escolha primeiramente a hospedagem para depois escolher o aeroporto e então emitir a passagem.   

No nosso caso não foi assim. Levamos quase cinco horas dirigindo para atravessar a ilha do norte ao sul – já que pousamos em Olbia, e nossa primeira base era na Praia do Poetto, na província de Cagliari, ao sul. Se tivéssemos escolhido antes a passagem, pousaríamos em Cagliari e em menos de uma hora estaríamos no hotel. Na Sardenha, tudo é questão de planejamento. Há, também, a opção de ir de trem de uma ponta a outra. Mas, além de ser demorado, as saídas não são constantes e provavelmente perde-se um dia inteiro apenas para a locomoção

Quanto ao aluguel de um carro, para transitar e conhecer boa parte da costa, pode ser uma opinião bem pessoal. Sim, independente do local da estrada, há praias mais distantes onde ter um carro pode ser imprescindível. Porém, as estradas são bastante sinuosas e há lugares que até o Waze se perde. Por isso, mais uma vez, é necessário planejar-se e ter em mente o seu perfil de viajante. Na região de Cagliari e de Alghero, ter um carro se faz mais necessário do que na Costa Esmeralda.

A Sardenha é uma ilha com pouco turismo estrangeiro, os italianos são maioria por lá. Dessa maneira, a Costa Esmeralda, por ser a mais visitada, ainda está melhor preparada para receber turistas se comparada com outras regiões. Há, então, opções de transfers dos próprios hotéis para as praias, serviço que não encontramos ao sul, por exemplo. O custo-benefício desse transporte é bem em conta, mais econômico do que uma diária de aluguel do carro. De toda forma, seja qual for a escolha, ter um carro à disposição é indispensável. Pouquíssimo se vai, de um lugar a outro, apenas caminhando. As distâncias são grandes e, normalmente, o tempo de estadia é curto.

Parco Nazionale dell' Arcipelago di La Maddalena
Parco Nazionale dell’ Arcipelago di La Maddalena
Orla para prática de atividades físicas na Praia do Poetto, região de Cagliari
Orla para prática de atividades físicas na Praia do Poetto, região de Cagliari

Outra dica: reservar o aluguel de um carro já do Brasil é mais acessível financeiramente que se alugado diretamente lá. Porém, se por ventura, como nós, for resolvido alugar um carro na chegada, de última hora, sem problemas. No aeroporto de Olbia há um anexo somente com companhias de rent a car, para todos os gostos e bolsos. Sem carro, ninguém fica.

Arranjos iniciais resolvidos, é só aproveitar tudo de più bello que a Sardenha oferece. Por ser uma ilha (ainda) pouco turística, sentir-se em casa foi a primeira sensação experimentada. Os hotéis seguem um padrão, variam de preço apenas pela quantidade de comodidades que oferecem. Os staffs dos hotéis que nos hospedamos são únicos no mundo. Estavam sempre preparados com dicas que englobavam desde a melhor praia para ir conforme as condições do vento; reservas para bons restaurantes (as melhores opções funcionam apenas com reservas, é bom ficar atento); lugares para happy hours com vistas dos sonhos; até a boa disposição em resolver problemas com as companhias de aluguel de carro ou horários de voos. Tudo perfeito, nossa única dúvida nos dias que seguiam era qual praia escolher.

Por haver um mar de opções, escolher as spiaggias (praias, em italiano) mais bonitas para aprofundar seria injusto com toda a natureza exuberante que vive por lá. Então, segue uma lista das que conheci e que pode ser um belo começo de roteiro para quem chega na ilha:

No sul da Sardenha:

  • Praia do Poetto;
  • Na Villasimius: Spiaggia Simius;   Spiaggia de Campulongu;  Spiaggia Porto Giunco.
Spiaggia Porto Giunco, Villasimius
Spiaggia Porto Giunco, Villasimius
Spiaggia Porto Giunco, Villasimius
Spiaggia Porto Giunco, Villasimius

O centrinho da Villasimius é uma fofura, com as clássicas ruelinhas italianas, além de variadas opções de restaurantes.

Na Costa Esmeralda:

  • Sppiagia del Principe;
  • Sppiagia Capriccioli;
  • Sppiagia La Celvia;
  • Spiaggia Grande Pevero;
  • Spiaggia Rosa (acesso apenas de barco).
Spiaggia del Principe
Spiaggia del Principe
Spiaggia-Capriccioli-(2)
Spiaggia Capriccioli
Spiaggia Capriccioli
Spiaggia Capriccioli
Spiaggia Grande Pevero
Spiaggia Grande Pevero
Spiaggia Rosa
Spiaggia Rosa

Recomendo (muito) o passeio de barco por La Maddalena, é lindo (se encontra normalmente no concierge do hotel). Além de dar acesso a praias que não é possível chegar de carro, visita diferentes ilhas e dá para aproveitar, com tempo, todas as praias de parada. Vale a pena!

Isola Santa Maria, La Maddalena
Isola Santa Maria, La Maddalena
Isola Santa Maria, La Maddalena
Isola Santa Maria, La Maddalena

Percorrer, contemplar e descobrir toda a complexidade da natureza da ilha, é algo impossível em uma única visita. Parece que, de propósito, a Sardenha guarda suas belezas para que o retorno seja certo. E será. Buon viaggio!

nicoleby Nicole Franzoi

Nicole é jornalista, modelo e produtora. Adora ler sobre diferentes culturas. Tem vontade de cursar antropologia e não descarta nenhuma possibilidade de viajar.

 

1 comentário

  1. Parabéns Nicole, tua descrição do passeio ,me deu a impressão de estar junto na Sardenha. Lugares lindos , fotos maravilhosas e, soubeste muito bem, nos passar teus sentimentos em relação ao que estavas vendo.

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