Madagascar: a exótica ilha africana banhada por águas cristalinas

Uma ilha de contrastes com lugares mágicos e misteriosos

Madagascar, um nome que sugere exotismo, é um destino fora da rota turística convencional. Talvez esse seja o real motivo de seu charme e  originalidade. Lá parecemos estar parados no tempo, tendo uma sensação de imobilismo e tranquilidade. Por ser tão pouco explorada é um lugar espetacular e apaixonante. É uma ilha de contrastes com lugares mágicos e misteriosos, onde redescobrimos as sensações de espaço e liberdade. Dos seus desertos ao sul à suas montanhas, florestas tropicais e praias paradisíacas. Um imenso playground com cores tropicais e atmosfera cinematográfica.

Localizada fora do continente africano, há milhões de anos Madagascar é uma ilha que por estar geograficamente isolada possui um ecossistema único e frágil. Com flora e fauna “darwinianas”, um importante repositório de biodiversidade. Com suas árvores gigantes, Baobabs, e seus simpáticos e famosos lêmures (animais ancestrais aos macacos). A cultura malgaxe é como sua natureza: rica, vibrante e variada. O país foi colonizado durante anos pelos franceses, porém conseguiu preservar sua cultura quase que intocavelmente. Seu povo é também em geral muito simpático e amigável.

Cheguei em Tana (abreviação da capital, Antananarivo), uma cidade situada no meio das montanhas, no coração da ilha. Construída amontoada em meio a um vale e cheia de ruelas de pedra. Possui um trânsito caótico infestado de Renault 4, o carrinho simpático que é a paixão nacional. Todos ali falam o malgaxe e o francês. Então a comunicação não fica muito difícil. Os mercados de rua estão por todos os lados e os perfumes das especiarias, principalmente a vanila (baunilha), deixando a cidade com um aroma muito especial.

As estradas do país são deterioradas pelas chuvas. Por isso, a melhor maneira de se locomover entre longas distancias é de avião. As opções de hospedagem são das mais variadas, indo do rústico ao sofisticado. Para aqueles que buscam sofisticação, Madagascar oferece alguns finos resorts e pequenos hotéis de charme. É possível experimentar as belas paisagens do país com muito estilo e conforto.

Voei até Nosy Be, uma ilha tropical ao noroeste do país. Envolta por uma barreira de corais e com lindas praias e florestas. Fantástico seria a palavra correta. Hospedei-me em Ambatoloaka, uma vila de pescadores com uma praia de água azul turquesa de tirar o fôlego. O hotel Chez Gérard et Francine é sem dúvida a melhor opção: um antigo casarão com uma imensa varanda de madeira e jardim privativo. Todas as nove suítes são de frente para a praia e o serviço impecável. Café da manhã na sacada do quarto, massagens na praia e demais mordomias. Na hora do almoço pode-se ainda escolher as lagostas e peixes frescos recém pescados diretamente dos barcos de pescadores. Que serão preparados pelo chef francês do hotel.

As opções de diversão são variadas. De mergulhos submarinos a passeios pelas praias e ilhas da região, como Nosy Tanikely e Nosy Iranja. Além de visitas aos parques nacionais para ver os lêmures, como em Nosy Komba. Em Nosy Be o aroma das especiarias está sempre presente no ar, seja no perfume da flor de Ylang-Ylang, da vanila, cana-de-açúcar, canela e pimenta seca. Todos os domingos na praia de Andilana, a mais bonita e remota da ilha, as pessoas juntam-se na barraca do Chez Lou Lou (um vietnamita radicado na ilha). Para comer o famoso brunch de frutos do mar por apenas 5 euros. Imperdível!

Perto de Nosy Be estão as ilhas paradisíacas de Nosy Iranja, com paisagens pitorescas. As duas pequeninas ilhas privadas, praticamente desertas, são conectadas por um banco de areia branca – visível durante a baixa de maré. Ali está situado um dos hotéis mais exclusivos da África, o Iranja Lodge. Que oferece muito luxo e privacidade para quem está disposto a pagar mais de 1.000 euros por uma noite. O hotel é construído em madeira e materiais naturais, em total harmonia com a natureza. Os dez bangalôs estão dispostos em frente ao mar, oferecendo todo o conforto. Como ar condicionado, telefone via satélite e demais mordomias. O traslado do aeroporto ao hotel é feito de helicóptero.

Outra opção para quem busca luxo e sofisticação é o Anjajavy l’Hôtel. Situado em Mahajanga, numa península entre praias desertas e florestas tropicais, dentro de um parque nacional. Por ser um Relais Chateaux, oferece todos os mimos possíveis. Além de uma culinária pra lá de bacana. Há também um hotel maravilhoso chamado Constance Tsarabanjina, que fica a uma hora de barco de Nosy Be, no arquipelago de Nosy Mitsio. É o lugar mais próximo ao paraíso que já conheci, simplesmente maravilhoso.

 

Rumo ao extremo norte de Madagascar, cheguei em Diego Suarez. Cidade fundada por um antigo navegador português, em sua rota para a Índia. Dizem os locais que a baía de Diego Suarez, ou Antsiranana, era refúgio de muitos piratas. E que alguns deles chegaram a esconder seus tesouros na região. O Parc National de Montagne d´Ambre, na mesma região, abriga as mais variadas espécies de lêmures e camaleões. Não esqueça de incluir no seu roteiro.

Madagascar é um dos países mais pobres do mundo. O turismo, apesar de ainda pouco explorado, vem aos poucos crescendo a cada dia. O custo é muito baixo: acomodações variam entre 4 e 10 euros para um lugar budget e 60 e 100 euros para um hotel mais confortável. As exceções são os três hotéis luxuosos que variam seus preços. Euros e dólares americanos são aceitos em praticamente todos os lugares. E cartões de crédito em alguns estabelecimentos. A ilha é segura, com algumas exceções em Antananarivo, capital do país, onde se deve ter cautela ao caminhar à noite pelas ruas.

   

Foto: Raul Frare
Informações Gerais:
  • População: 17 milhões;
  • Capital: Antananarivo (Tana);
  • Idiomas oficiais: Malgaxe e Francês;
  • Religiões: Cristianismo e Islamismo;
  • Moeda: Franco Malgaxe;
  • Vistos obrigatórios para todos os visitantes | São válidos por até três meses da data de entrada. Podem ser comprados no aeroporto de Antananarivo após o desembarque, mediante pagamento de taxa + foto 3×4;
  • É necessário Certificado Internacional de Vacina contra Febre Amarela para brasileiros;
  • Melhor época: de Abril a Outubro (inverno do hemisfério sul). Na baixa estação, verão do hemisfério sul (novembro a março), o clima é muito quente e úmido, conhecido também como a estação do furacão e das chuvas;
  • Como chegar: voando Air France ou Air Madagascar a partir de Paris ou voando SAA (South African Airways) + Air Madagascar via Johanesburgo.


Raul Frare
Curitibano, apaixonado por fotografia, aventuras, lugares remotos e culturas exóticas,
já esteve viajando e fotografando em mais de 100 países nos quatro cantos do mundo.
Autor do blog Pra la de Bagdad onde compartilha suas experiências de viagens pelo mundo.

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