Uma retrospectiva da pop art com a exposição Mitos del Pop no Museu Thyssen-Bornemisza

As voltas das férias me geram uma espécie de nostalgia, ainda mais voltando a Madri onde a temperatura no verão não baixa de 38 graus. E claro está: ou ficas em casa no ar acondicionado ou organizas planos diferentes, como ver exposições nos maravilhosos museus da cidade.

Sábado passado fui com o meu filho, de 5 anos, ver a expo “Mitos del Pop” no Museo Thyssen-Bornemisza. Achei legal ir com ele porque é uma expo interessante, colorida e que chama a atenção.

pop thyssen

A aparição da pop art no final dos anos 50 e começo dos 60 foi um dos momentos mais libertadores da história da arte. Relacionada diretamente com a nova cultura da tecnologia e o consumo, uniu a arte ao mundo real. O pop acabou com a separação entre a alta e a baixa cultura e abriu um novo debate sobre as relações entre o estético e o antiestético. Para o pop, toda a imagem era reciclável, todo objeto era suscetível em se tornar arte e o seu verdadeiro proposito era oferecer uma nova interpretação da imagem na cultura contemporânea.

pop2 pop3 pop4 pop7

A exposição Mitos del Pop, no Museu Thyssem-Bornemisza, apresenta a pop art com obras pioneiras de britânicos e americanos até o surgimento dessa nova tendência na França, Itália e Espanha. A exposição começa com várias colagens dos percursores da pop art como Richard Hamilton, Eduardo Paolozzi e Ray Johnson.

Mesmo que fossem os britânicos Hamilton e Peter Blake os primeiros a introduzir o comic na arte, foram os americanos Lichtenstein e Warhol os primeiros que fizeram das histórias de quadrinhos pinturas em grande formato, como por exemplo o quadro Look Mickey (1961) de Roy Lichtenstein.

Look_Mickey

mickey

Outra parte interessante da exposição é relacionada com marcas que inundavam nossas dispensas naquela época. Andy Warhol soube fazer bem este tipo de união de objetos cotidianos com a arte, como podemos apreciar no seu quadro Lata grande de sopa Campbell rasgada (Black Bean – 1962).

campbell-warhol

pop5

Mas a pop art vai além e também pinta a época dourada de Hollywood. Gosto especialmente de Cleópatra (1963), de Mimmo Rotella que transfigura a Liz Taylor no seu papel de rainha do Nilo em uma majestosa descolagem do cartaz do filme Cleópatra.

Cleopatra . Mimmo Rotella

Outros momentos interessantes da exposição Mitos del Pop passam pela época de Retratos com o quadro Retrato de David Hockney en un interior español, de Hollywood (1965), de Peter Blake. Naturaleza Muerta nº 34 (1963) de Tom Wesselmann mostra as pinturas de natureza morta daquela época. Sobre o erotismo urbano, sem duvida Mujer en el baño (1963), de Roy Lichtenstein é o símbolo desse movimento da pop art. Com relação a pintura histórica as grandes figuras como Mao Tsé Tung, John F. Kennedy, Jackie, Nixon ou Pablo VI são os grandes protagonistas. Gosto muito de Retroactivo II (1963), de Robert Rauschenberg.

Portrait of David Hockney in a Hollywood Spanish Interior 1965 by Peter Blake born 1932

Naturaleza muerta - Tom Weseelmann

roy-lichtenstein-mujer-en-baño-2

Robert-Rauschenberg-Retroactive-2-

E para terminar o recorrido da expo do Thyssen-Bornemisza adoro a desmitificação das obras maestras como é o caso de Las Meninas (Velázquez) com a pintura La salita (1970) de Equipo Crónica.

La Salita - equipo cronica

Se passarem por Madri até o dia 14 de setembro, vale uma visita ao Museu Thyssen-Bornemiszapara apreciar de perto as grandes obras do Mitos del Pop.

perfil

By Jordana Paiva

Leave a Response

EN PT