Família a bordo nas Ilhas Virgens Britânicas – by Tiago Azevedo

O destino desta vez são as Ilhas Virgens Britânicas, um conjunto de ilhas paradisíacas situadas no Caribe ao leste de Porto Rico que oferece inúmeras opções de hospedagem, atividades e incontáveis praias de areia branca, água quente e cristalina. Separadas das Ilhas Virgens Americanas por uma simples linha imaginária, o território inglês é habitado por aproximadamente 30 mil pessoas – curiosamente todo cidadão já nasce com dupla cidadania: britânica e das ilhas virgens britânicas. As ilhas podem ser exploradas tanto por terra quanto por barco. Nossa opção foi alugar um catamarã e velejar em família.

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A viagem começa com a chegada em Tortola, a maior ilha do arquipélago e onde está situada a capital Road Town. Existem algumas opções de rota para chegar à ilha, nossa escolha foi via Miami – Porto Rico – Tortola, na tentativa de facilitar o trânsito e despacho de bagagens uma vez que a American Airlines e Seabourn (empresa que voa para Tortola) são parceiras.

O voo de chegada à ilha é um espetáculo, mas desde que feito em um dia ensolarado. Não só pelo visual inacreditável, mas principalmente porque é realizado em um avião de menos de 30 lugares. Portanto, balança com as rajadas de vento e pra quem não gosta de aviões dá pra dizer que é tenso. Ainda assim, acredito que o visual seja uma boa recompensa!

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Já na chegada, uma experiência possivelmente única: nossa “carona” dirigia uma van com direção no lado esquerdo por “ruas de mãos inglesa”. Confuso demais, mas isso era um rápido trecho em terra até a The Moorings, empresa responsável pela locação do barco e proprietária da marina, local onde dormimos a primeira noite e de onde partimos no dia seguinte para uma semana de diversão e bons ventos!

The-Moorings

The Moorings oferece diversas opções de barcos, e especialmente para permitir que até mesmo iniciantes façam estes passeios, os pacotes podem incluir uma tripulação profissional. Em função do grupo de oito pessoas e de uma viagem a passeio, nós optamos pelo Blow’n’go, um catamarã de 48 pés, com quatro cabines e bastante espaço a bordo. Com experiência comprovada neste tipo de viagem, nosso chefe de família e capitão abriu mão da tripulação da Moorings e ficou com a tripulação familiar – eu e meus cunhados.

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Antes da entrega dos barcos aos clientes, a Moorings realiza dois tipos de briefing. O primeiro, uma aula sobre a região focada na navegabilidade, as diferentes ilhas, opções de ancoragem e pernoite, restaurantes, bares, áreas de velejo, de mergulho, parques nacionais, etc. Esta conversa é bastante importante pois os responsáveis fazem uma revisão das condições do tempo e do mar, auxiliando na montagem de um roteiro de viagem seguro. O segundo é uma entrega técnica a bordo do barco para esclarecer o funcionamento de todos os recursos disponíveis. A dica é participar sempre dos dois briefings, de preferência mais de uma pessoa, mesmo tendo experiência com barcos ou velejos.

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Todos os barcos são entregues abastecidos com combustível e água, juntamente com as instruções e orientações de onde reabastecer estes mantimentos, bem como comida ao longo da viagem. Além disso, a empresa se disponibiliza a efetuar antecipadamente a compra de itens de maior volume, facilitando as compras de mantimentos para começar a viagem.  Além disso, dois conjuntos de stand up, snorkel e pé de pato para todos tripulantes são disponibilizados.

Nosso primeiro destino foi Great Harbour em Peter Island, localizado ao sul de Tortola e aproximadamente duas horas de navegação. Nesta baía existem 25 poitas de ancoragem, facilitando muito a chegada e saída no local, e logo proporcionando um mergulho em água cristalina, perfeita para fazer um stand up paddle e curtir a recepção de algumas tartarugas marinhas. A ilha possui um único e grande resort, o Peter Island Resort  que se estende pelas principais praias do sul e representa uma bela opção para quem quer um descanso e não se anima com a hospedagem abordo.

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Pouco mais ao sul, fica Norman Island ou The Bight, onde existe uma baía com 80 poitas de ancoragem e opções de bares para tomar uma cerveja ou um Pain Killer, bebida local tradicional feita com rum, abacaxi e coco. Esta baía pode ser um ponto legal para passar a noite e oferece duas opções bacanas de bares,  o “Pirates” e o “Willy T”.

Norman Island tem duas belezas naturais que vale a pena verificar. A primeira se chama “The Indians”, um conjunto de quatro ilhas que mais representam pontas de ilhas para fora d’água. Com apenas quatro ou cinco pontos de ancoragem e rodeada de águas profundas, é um local que exige programação para chegar cedo e garantir um destes pontos para curtir o dia e poder fazer snorkeling e conferir de perto a quantidade de peixes. A outra é  “The Cave”, que como o nome já indica, são cavernas na base dos cliffs e no nível da água, permitindo nadar dentro da caverna, parecendo um mergulho noturno.

The Indians
The Indians
The Indians
The Indians
The Cave
The Cave

Seguindo viagem em direção nordeste fomos direto para Spanish Town, a maior cidade da ilha de Virgin Gorda, e onde está localizado o Virgin Gorda Yatch Harbour, importante ponto para reabastecer. Além disso, uma opção para tomar um banho em terra e dar descanso ao pequeno banheiro do barco. Não longe desta marina, fica um dos lugares prediletos da tripulação ao longo da viagem, o “The Baths National Park”. Uma costa da ilha com pedras de granito gigante, redondas e que parece ter sido milimetricamente posicionadas, formando uma trilha entre cavernas e piscinas naturais até chegar em uma bela praia paradisíaca chamada “Devils Bay”.

The Baths National Park
The Baths National Park
The Baths National Park
The Baths National Park

Ainda mais ao norte seguimos para a ilha de Virgin Gorda, especificamente uma baía ao norte da ilha onde ficam diversos resorts e hotéis, mas um especial nos chamou atenção, o Bitter End Yatch Club. Um complexo formado por um incrível hotel de cabanas bastante luxuosas e muito privadas, com algumas opções de restaurantes, duas praias e como nunca falta no caribe, um bar com inúmeras opções de drinks. O melhor mesmo é posicionar uma das cadeiras de praia na água e curtir uma cerveja gelada ou outro “Pain Killer”.

Bitter End
Bitter End
Bitter End
Bitter End

Depois de aproximadamente cinco dias para cobrir este roteiro de maneira bem aproveitada, estávamos no ponto mais distante do nosso plano de navegação e era hora de começar a voltar. Mas, dessa vez, pelo lado norte da ilha de Tortola em direção às ilhas Jost Van Dyke e Little Jost Van Dyke. Depois de passar ao lado do aeroporto, bem como alguns pontos da ilha de Tortola, chegamos a um ponto de passagem chamado Diamond Cay, uma baía entre as duas ilhas acima mencionadas e famosa pelo Foxy’s Taboo Bar, ponto turístico com opção de comidas e bebidas e, claro, uma lojinha para comprar umas camisetas e presentinhos.

Diamond Cay
Diamond Cay
Diamond Cay
Diamond Cay

Por fim, as últimas duas noites e a grande surpresa final, a praia de White Bay. Uma praia protegida por uma bancada de coral com apenas dois pontos de acesso para que os barcos possam ancorar entre este coral e a praia em uma das 20 poitas de ancoragem. O nome da praia, tradução para “Baía Branca”, explica o fundo de areia branca com água cristalina que resulta em uma água azul turquesa muito melhor que filme de Hollywood. Para encerrar o dia e rumar de volta para Road Town, onde entregamos o barco, mais alguns “Pain Killers” no Soggy Dollar Bar, um clássico barzinho na beira da praia de onde dizem ter surgido este drink.

White Bay
White Bay
White Bay
White Bay
Soggy Dollar Bar
Soggy Dollar Bar

Enfim, esta é apenas uma opção de como conhecer as Ilhas Virgens Britânicas, que oferecem muito mais do que isso. Para quem gosta de praia, natureza, snorkeling, stand up, velejo e bons drinks para relaxar, vale a pena conferir.

*crédito fotos: Tiago Azevedo

IMG_1749by Tiago Blaya de Azevedo

Administrador e apaixonado por natureza, esportes e viagem.

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