Hedonismo, otimismo, prazer e cor são as principais características da obra de Raoul Dufy, no Museu Thyssen-Bornemisza.

9 anos ago

Tive a oportunidade de apreciar a pintura de Dufy no dia da sua inauguração, 17 de fevereiro, no Museo Thyssen – Bornemisza, em Madri. Junto a Carmen Cervera, Baronesa Thyssen, pude ver de perto a maravilhosa obra moderna de um artista americano que teve a Matisse como grande fonte de inspiração.

“In the presence of this painting (Luxury, Calm and Pleasure, by Henri Matisse) I understood the new rationale for painting, and in contemplating the miracle of imagination at play in line and color, Impressionist realism lost its charm for me” (Raoul Dufy)

Longe da visão estereotipada que a maioria das pessoas tinham sobre ele, Raoul Dufy foi um artista complexo e um dos principais artificies da renovação plástica do século XX. Pintor independente, Dufy pugnou ao longo de toda a sua vida para encontrar um caminho artístico pessoal e para renovar os seus meios expressivos. Participou de distintos movimentos culturais, como contribuiu a gestação do cubismo junto a Braque. E foram, as suas experiências em gravuras e em desenho de tecidos, o que permitiram alcançar a sua maturidade pelo ano de 1920. E nas décadas seguintes teve a sua consagração centrada, principalmente, a sua capacidade de usar a cor para gerar luz.

O recorrido da exposição oferece uma visão do conjunto da sua obra em 93 peças, procedentes de coleções privadas e museus, como o Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, La National Gallery of Art de Washington, El Art Institute of Chicago, La Tate de Londres, e o empréstimo excepcional de 36 obras do Centre Pompidou de Paris.

O comissário da exposição, Juan Angel López-Manzanares, conservador do Museo Thyssen – Bornemiza, propõe um recorrido que se organiza cronologicamente, seguindo a evolução da sua pintura em quatro fases: “Os primeiros passos” (Do impressionismo ao Fauvismo); “Influenciado por Cézanne a sua pintura se aproxima ao Cubismo” (Período Construtivo), “Criações vinculadas a estampas de tecidos e ornamentação de cerâmicas” (Decorações) e, por último, “A etapa da maturidade” (A luz das cores).

Ao término do evento a Baronesa Thyssen comentou que “Gosta muito da exposição e da obra, sobretudo pelo uso da cor e está segura de que os visitantes disfrutarão muito desta mostra”, que estará no Thyssen-Bornemisza até o dia 17/5.